Marcadores sociais da diferença: gênero, classe, etnia e raça

      Na aula 9 no dia 29/07/2021, foi abordado em aula, questões de gênero, raça e etnia pelo conceito de Interseccionalidade, onde tivemos acesso a uma palestra da Prof. Dra. Eliane Gonçalves da Costa (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira), como leitura o livro Interseccionalidade, obra da Carla Akotirene, militante, pesquisadora e colunista no tema feminismo negro no Brasil. No vídeo A urgência da interseccionalidade disponibilizado no ambiente virtual conhecemos Kimberlé Crenshaw, estudiosa afro-estadunidense e a grande responsável pelo termo interseccionalidade, uma ferramenta de análise que por teoria consegue dar conta de várias formas de opressão simultaneamente. Isso demonstra que ao debatermos tais assuntos como: racismo, classes, etnia, sexismo, homofobia, etc.., na verdade estamos debatendo com modelos de opressões aprendidas como distintas, porém são interconectadas, existindo uma intersecção que liga todas, e ao defender uma estaria defendendo todas, transmitindo um sentido de igualdade aos modelos opressões.

    Dentro do conceito de interseccionalidade a Prof. Dra. Eliane Gonçalves da Costa apresentou uma palestra onde falava do movimento feminista negro. As mulheres lutam pelos sus direitos perante a sociedade desde o século XX onde reivindicaram direitos políticos, sociais e reprodutivos, e hoje no século XXI continuam na luta contra violência doméstica, discriminação no trabalho e preconceitos, elas lutam, pelo respeito aos seus corpos, pelas suas escolhas e pelas suas vidas.  Porem o movimento feminista negro se tornou mais popular nos anos 60, com mais força nos EUA as mulheres negras formaram vários grupos onde abordavam o papel das mulheres negras na sociedade, elas argumentam que as mulheres negras eram e são até hoje posicionadas dentro das estruturas de poder, trabalho e sociais, de maneira diferente e com menos garantias de direitos do que as mulheres brancas, além de sofrer formas de opressão e subordinação diante dos homens. A palestrante destaca também um livro chamado lugar de fala, obra da filósofa negra Djamila Ribeiro, que critica a hierarquização dos saberes, construída seguindo a lógica eurocêntrica um modelo dominante de ciência, machista, racista, homofobico, etc., que determinava quem podia, ou não, falar, e tentar restituir humanidade aos sujeitos discursivos historicamente silenciados, e mostra a importância da sociedade entender que todos têm que ter lugar de fala, e garantir que independente do grau de conhecimento, todos tenham seu lugar na sociedade comunicativa.

    No contexto atual existe uma divisão óbvia, onde o movimento é feminista porem existe o feminismo que tem como centro experiências e vidas das mulheres brancas, e que não dão um olhar especial para cada grupo de mulheres em particular. É nesse contexto que a interseccionalidade aparece no sentido de lutar pelo gênero, raça, etnia, etc, essa união constrói pilares de sustentação, e suplementa movimento com mais força contra os sistemas opressores e auxiliando em mobilizações contra a prática do racismo e do sexismo como foco para a garantia de igualdade de direitos e de oportunidades para todos. É importante que esse conceito de interseccionalidade que envolve simultaneamente diversas identidades que sociais distintos, continue tendo contribuições acadêmicas e teóricas, ganhando assim mais reconhecimento esse conceito que tem como principais agentes as mulheres negras feministas.


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